Um Encontro Internacional de Paleontologia decorreu em Sesimbra e juntou alguns dos maiores especialistas na área tanto em Portugal como em Espanha. Neste encontro, que durou dois dias, investigadores de várias universidades (incluindo a de Zamora) apresentaram inúmeras palestras. Os gigantes que povoaram a península Ibérica eram muito semelhantes aqueles que foram encontrados no continente americano e africano. Isto porque a península estava muito próxima da América antes da separação dos continentes. Só depois é que se tornaram endémicos e para os investigadores a península é um ponto-chave entre a América e a África.
Na península Ibérica existem mais de 1000 jazidas com pegadas de saurópodes. A abertura do Atlântico Norte permitiu que os dinossauros caminhassem e vivessem. O paleontólogo Pedro Mocho lembrou que é em Ourem, mais precisamente na pedreira do Galinha, estão alguns dos vestígios mais antigos de dinossauros em território ibérico. Os saurópodes, caracterizados pelas suas grandes caudas, apresentam diversos espécimes que são objeto de estudo por paleontólogos de ambos os lados da fronteira. Estes tem realizado trabalho conjunto em várias escavações, como aquela que na região centro descobriu um dos maiores esqueletos de dinossauro em território europeu ou o Iberospinus Natarioi. Os investigadores Octávio Mateus e Darío Estravis López foram os responsáveis por darem o nome a este novo dinossauro descoberto no Cabo Espichel.
O paleontólogo Diego Castanera, que fez a sua apresentação via vídeo, falou sobre a Pedra da Mua e a pedreira do Avelino, dois dos locais do concelho de Sesimbra com vestígios de pegadas de dinossauro. Segundo Castanera, em Huertelis (Sória) existem quase mil pegadas com uma idade muito semelhante aquelas que podem ser visitadas na pedreira do Avelino. Isto comprova que os gigantes faziam uma vida única ao longo de toda a península Ibérica e em especial na bacia Lusitânica. Esta é descrita pelo paleontólogo espanhol como «perfeita e única».