O antigo primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, esteve em Lisboa, numa conferencia promovida pelo Partido Socialista português. O partido, que caminha a largos passos para as cinco décadas de existência, convidou o antigo governante espanhol para participar, como um dos principais oradores, na conferência Next Left. Esta teve como tema Não passarão! O imperativo do combate aos extremismos da direita.
Durante a sua participação perante uma plateia com mais de uma centena de pessoas, Zapatero falou sobre os movimentos de extrema-direita que tiveram uma grande ascensão em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos com Trump e no Brasil com Bolsonaro. Os extremismos, especialmente na direita, espalharam-se com a crise financeira de 2008 e depois com a crise da pandemia.
Itália e a Suécia são os mais recentes palcos da ascensão do extremismo
Os mais recentes casos são o de Meloni em Itália e na Suécia a segunda força política mais votada foi um movimento da extrema-direita. A invasão aos três poderes, em Brasília, é vista por muitos como um «tiro de canhão» nas pretensões políticas do antigo presidente brasileiro. O antigo primeiro-ministro acredita que os extremismos vão entrar em declínio também na península ibérica.
«Em Espanha, a extrema-direita – chegou primeiro que em Portugal – está em declínio e vai ser assim também aqui». Mesmo prevendo este declínio, Zapatero sublinhou que é preciso «prevenir e estar atento». Também disse que é necessário «fortalecer a unidade das organizações progressistas do mundo, como a Internacional Socialista de Espanha e Portugal». Em Portugal, o Chega é a terceira força política com maior representação na Assembleia da República, mas uma declaração do seu líder, André Ventura (onde o mesmo chama de «ladrão» a Lula da Silva), foi apupada por todas as forças políticas com representação parlamentar.