Basílica de Santa Luzia, a joia da “coroa” de Viana do Castelo

Este templo religioso é um dos ex-libris da cidade minhota e tem as maiores rosáceas da Península Ibérica

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Em mês de Santos Populares, as tradições e locais religiosos regressam à mente de muitos portugueses, como é o caso da Basílica de Santa Luzia, em Viana do Castelo. Nesta localidade da região do Minho, junho é também o mês da Peregrinação Diocesana ao Sagrado Coração de Jesus – ao qual a cidade se consagrou há mais de um século – e que este ano se realiza no passado dia 26.

Mas não é só por esta altura que o monumento ganha importância. Durante todo o ano, o Santuário recebe a visita de fiéis e turistas das mais variadas proveniências, que acorrem ao Monte de Santa Luzia para ver o templo e observar a vasta paisagem que se estende do verdejante vale do rio Lima até à orla marítima. Uma panorâmica já considerada pela National Geographic Magazine como a terceira mais bela do Mundo.

Um monumento com história(s)

Comummente conhecida como Igreja de Santa Luzia – pela ermida em sua honra que havia no local antes da construção do atual templo – a Basílica é, contudo, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Isto porque, historicamente, os vianenses já lhe eram devotos desde 1743, tendo sido a pandemia pneumónica, no entanto, a grande causadora da consagração da cidade a esta veneração.

Quanto o surto se dá, em 1918, os habitantes de Viana enfrentam a violência da perda de muitos entes queridos, e daí prometem rumar anualmente em peregrinação ao Monte de Santa Luzia para que mais nenhuma vida fosse colhida. Uma vez terminado este período negro, os locais cumprem a promessa e começam a peregrinação logo em 1920, tradição que se mantém ainda hoje.

Na altura, já o Santuário estava em construção desde 1904. Miguel Ventura Terra é o arquiteto escolhido para realizar o projeto, que se desenvolve com grande fôlego até à Implantação da República, em 1910. A partir daí, o processo esmorece devido ao conturbado contexto social e político dos primeiros anos do novo regime, desacelerando ainda mais com a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial.

Após a morte de Ventura Terra, em 1919, a obra retoma em 1925. Miguel Nogueira substitui o mestre na liderança do projeto, ainda com muito por fazer. Apenas um ano depois, a capela-mor é concluída e abre as portas com a bênção do Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas (um título honorífico ainda hoje usado que reconhece Braga como a diocese mais antiga da Península Ibérica).

As obras do exterior do templo terminam em 1943, mas este só fica concluído com o fim das obras no interior, em 1959. O resultado é um edifício de planta centrada em cruz grega, de inspiração românico-bizantina, coroado por uma enorme cúpula e outras mais pequenas nas torres. De estilo gótico são as rosáceas que emolduram os vitrais, as maiores da Península Ibérica e as segundas maiores da Europa (a seguir às da Catedral de Palma de Maiorca). 

A natureza convida a um bom passeio

Se até agora pensa que o Santuário apenas se faz do culto religioso, desengane-se. Esta é, sem dúvida, uma componente muito importante, que simboliza a união de várias crenças e de fiéis que vêm prestar homenagem ou pagar promessas, mas não é a única utilidade deste local.

Para além da igreja, é possível levar do Monte de Santa Luzia e dos seus espaços uma boa recordação de Viana do Castelo. Pode subir ao zimbório, no alto do templo, para desfrutar de uma vista 360º e contemplar vários pontos de interesse: a cidade, o rio, o porto comercial e o próprio mar.

O recatado Jardim das Tílias é o sítio ideal para dar um passeio descontraído e, depois, aproveitar para fazer um piquenique no parque de merendas. Se precisar de um local para dormir, o complexo dispõe de um albergue com vista para o jardim e com várias tipologias de quartos. Mas pode também descer e ficar por Viana, a oferta de alojamento na cidade é grande.

Em termos de acesso, é muito fácil chegar ao Santuário. Chegando a Viana, o acesso por estrada fica mesmo ao lado do Hospital de Santa Luzia. Pode também optar por subir pelo funicular (ou elevador) ou então pelo escadório a pé.

 

Crédito Foto: Arménio Belo

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