Centro do Cancro de Pâncreas Botton-Champalimaud reforça a cooperação ibérica na saúde

Reis de Espanha e o presidente da República inauguraram centro criado com a doação do casal Botton-Carasso

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Os reis de Espanha e o presidente da República inauguraram o Centro do Cancro de Pâncreas Botton-Champalimaud. Esta nova instalação, que encontra-se junto ao mar em Belém, é a concretização de um sonho que começou em 2018 com a doação de 50 milhões pelo casal Maurízio e Charlotte Botton-Carasso (família proprietária da marca Danone). Para o neto do fundador da empresa «a saúde e as ideias não têm fronteiras».

O novo centro da Fundação Champalimaud terá capacidade para operar 10 doentes por dia recorrendo ao uso de tecnologia avançada. Será possível um médico estar na Índia e operar um doente que esteja internado em Lisboa. Investigadores e médicos vão trabalhar lado a lado para aumentar a esperança média de vida dos doentes com cancro no pâncreas. Este centro, que vai começar a receber doentes já em Janeiro de 2022, é o primeiro projecto criado de raiz para investigar o tratamento do cancro do pâncreas.

Este cancro silencioso é a quarta causa de morte na Europa e daqui a 10 ou 20 anos vai ser o segundo (ficando apenas atrás do cancro do pulmão). A inauguração deste espaço contou com a presença dos reis Felipe VI e Letizia Ortiz; do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da presidente da fundação, Leonor Beleza, e vários ministros portugueses e espanhóis. «A fraternidade entre Espanha e Portugal leva-nos a assumir que este centro será um elo de cooperação entre os dois lados da fronteira», lembrou Leonor Beleza.

Casal Botton recebe Grã-Cruz da Ordem de Mérito

O casal Carlota e Maurízio também estiveram presentes na cerimónia onde foram agraciados por Marcelo Rebelo de Sousa com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito. Nesta cerimónia actuaram Teresa Salgueiro e José Carreras, focando ainda mais os laços existentes entre os dois países. «Os vínculos históricos que nos unem, já em democracia, só têm saído fortalecidos», vincou o presidente da República que também aproveitou a ocasião para voltar a afirmar o seu voto de pesar pela situação que está a acontecer nas Canárias e afirmou que o Centro do Cancro de Pâncreas Botton-Champalimaud é a tradução da fraternidade luso-espanhola.

A rainha Sofia faz parte da comissão dos curadores da fundação criada por António Champalimaud. No discurso feito (e que também contou com palavras em português) nesta inauguração, o rei Felipe VI afirmou que «este centro representa o compromisso e o espírito de Portugal e dos nossos países na protecção e no bem-estar das palavras». Para o monarca este centro é uma excelente notícia para todos e em especial para os espanhóis devido aos laços compartilhados pelas duas nações ibéricas.

Esta foi a segunda vez que os reis visitaram o complexo que é visto não só como um projecto ibérico mas de cariz mundial. Este espaço, que foi desenhado por um arquitecto indiano, tem espaços para tratamentos de quimioterapia pensados por uma companhia que trabalha com os espaços executivos dos aviões; unidades de cuidados intensivos; quartos (com portas de vidro que viram opacas para dar maior privacidade aos doentes) e tecnologia que pretende que a estadia no espaço seja o mais cómoda possível.

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