Segundo a Associação Cívica Cidade de Badajoz, é possível ligar Lisboa-Sevilha (com chegada a Los Rosales) em apenas três horas e meia e usando as infra-estruturas já existentes. A actual viagem entre a capital portuguesa e a cidade andaluza é feita em 9 horas e 4 minutos.
Na parte portuguesa, a linha Évora-Badajoz (em construção) e a modernização do troço Pinhal Novo-Évora vai permitir que os comboios que por lá passem possam atingir velocidades entre os 200 e os 300 quilómetros por hora. Com estas obras, Lisboa-Mérida pode ser feita em uma hora e 55 minutos. No lado espanhol, o troço Mérida-Los Rosales (Sevilha), que tem uma extensão de 204 quilómetros, é bastante sinuoso e tem apenas uma via, o que faz com que os comboios não ultrapassem os 60 quilómetros por hora. A associação espanhola, que se debruçou sobre os projectos ferroviários que estão a ser desenvolvidos nos dois lados da fronteira, defende que com apenas 100 milhões de euros, electrificando os 200 quilómetros da linha e fazendo pequenas melhorias na linha que liga Mérida a Sevilha e faria com que Portugal e a Extremadura ficassem mais próximas da Andaluzia e sem usar o TGV.
Para usar as diferentes linhas bastaria usar um intercambiador que permite adaptar as bitolas. Com a electrificação dos troços, as velocidades podem aumentar para 150/160 km/h. As intervenções de Guadalcanal até Los Rosales podem levar a que as composições andem a uma velocidade de 100 quilómetros. Alejandro Vargas, membro da Associação Cívica Cidade de Badajoz, disse ao jornal Público que não são necessárias obras faraónicas e que seriam intervenções «bastante simples com uma enorme relação custo benefício». Esta proposta apresentada pela associação aconteceu após terem analisado os projectos que estão a ser desenvolvidos nos dois lados da fronteira mas sem um estudo técnico que avalie os factos apresentados para a realização desta obra.
Algarve defende ligações ferroviárias a Huelva e Sevilha
Numa nota enviada aos meios de comunicação social, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve voltou a defender a importância de uma ligação ferroviária que unisse a região a Huelva e a Sevilha, opção diferente da apresentada pela Associação Cívica Cidade de Badajoz.
A electrificação da linha do Algarve entre Vila Real de Santo António e Lagos, a reactivação do troço Huelva-Ayamonte e um investimento que ligue o Sudoeste da Península Ibérica à Andaluzia e à rede europeia de alta velocidade são os passos que a CCDR defende para esta ligação pretendida pelos algarvios. Este investimento, segundo José Apolinário, presidente desta comissão, «reforçará o posicionamento do Algarve e do Aeroporto da região no contexto ibérico e europeu». O apoio formal a este projecto foi dado a 18 de Junho num acto público realizado na Câmara de Comércio de Sevilha e que contou com a presença da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e da Associação Empresarial do Algarve (NERA).