O Real Monastério de San Lorenzo de El Escorial é um dos monumentos mais importantes de Espanha, e é sem dúvidas, uma visita indispensável para os brasileiros ou portugueses que vem conhecer a comunidade de Madri.
Localizado a 50 quilômetros da cidade de Madri, na Serra de Guadarrama é um complexo do séc. XVI, conhecido também como Monastério de San Lorenzo El Real, embora os madrilenos tenham por costume chamá-lo somente de El Escorial.
Considerado o maior monumento do cristianismo foi construído entre 1563 e 1584 por ordem do rei Felipe II, para comemorar sua vitória da batalha de San Quintín, contra os franceses e ao mesmo tempo obter um mausoléu para sua família.
Católico fervoroso, o rei decidiu designar uma comunidade de monges Jerônimos para fazer preces pelo descanso da família real, daí vem a sua função de monastério. Os monges Jerônimos, estiveram lá durante quase três séculos, atualmente, o local é residência dos Frades da Ordem de Santo Agostinho.
O primeiro que devemos saber é que esse importante monumento não é somente um monastério, e sim um complexo, que compreende: o Palácio Real, a Basílica, o Panteão dos reis da Espanha, a biblioteca, o colégio e o Monastério.
Imponente e de invejáveis dimensões a construção compreende: 2.600 janelas, 1.200 portas, 86 escadas, 15 claustros e 9 torres em mais de 33 mil metros quadrados. Além da magnitude da construção, o local surpreende pela beleza arquitetônica e em parte diferenciada, por estar inspirada nos Áustrias.
Não é uma surpresa que tenha sido declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1984.
Para os amantes da arte é uma oportunidade cultural imprescindível, sendo que podem admirar inumeráveis maravilhas em todas as partes.
Destaque para a biblioteca pública do El Escorial. A mais bela… e também Real! a primeira vista apaixona pelos frescos, os livros estão guardados com a capa voltada para o interior das estantes, visando uma melhor conservação, o que deixa à vista os belos fios dourados.
Ali todo respira cultura e também convida a reflexão, como caminhar pela basílica, transmite uma sensação de estar ao mesmo tempo, em um templo religioso e também em um grande museu. Lá estão obras valiosas, como o Juízo Final de Luca Giordano e outras tantas impressionantes de Tiziano.
A Cripta Real ou Panteão dos Reis é onde estão enterrados a maioria dos monarcas espanhóis. Entretanto, antes de chegar ali, os restos devem passar uns 30 anos no “pudridero”, uma pequena sala, até sua mumificação.
Visitar os palácios reais: dos austrias e dos bourbons é uma experiência de transitar por diferentes épocas, onde é facilmente perceptível suas particularidades, em seu mobiliário, costumes e características da realeza de cada época, que inicia com casa de Áustria e muda para a dinastia dos reis da Casa de Bourbon.
Porém, a viagem continua até os tempos atuais, e não somente em relação à monarquia, pois ali mesmo é possível ver a nova geração espanhola, representada nas crianças que saem do colégio incorporado ao monastério, privilegiados em poder estudar em um lugar tão especial.
Como dito, o local respira história, uma visita, com duração de 2 horas, a este monastério, basílica, biblioteca, mausoléu e Real Sitio se aprende de forma sublime o que foi o “Siglo de Oro” espanhol.
Nos referimos ao século XV, um período histórico de florescimento artístico e político na Península Ibérica. Esse fato coincidiu também com o início das grandes navegações, a descoberta do continente americano por Cristóvão Colombo, o navegador genovês que era patrocinado pela coroa espanhola e a própria formação da Espanha como país.
Aqui entramos em um apartado que interessa a nós, ibero-americanos. A União Ibérica, que ocorreu entre 1580 e 1640, foi a unificação das Coroas espanhola e portuguesa a partir da crise sucessória do trono português. Essa crise de sucessão decretou o fim da Dinastia de Avis e coroou o rei Filipe II, da Espanha, como rei tanto de Portugal quanto da Espanha.
Assim, este período foi de especial relevância para a Espanha, Portugal e Brasil, Ibero-América, enfim.. todo o mundo, sendo que o Escorial foi protagonista em tudo isso, e muitas histórias se escondem entres seus muros.
Dentro de suas salas, um rei burocrata como Felipe II decidia o futuro de muitas pessoas, em mais de um continente, e como dizem, esse monarca construiu um “o império onde o sol nunca se põe”.