A região espanhola da Andaluzia, com 8.410.000 habitantes, e a República de Portugal com 10.276.000, tiveram uma evolução bastante semelhante da pandemia.
As comparações são geralmente feitas entre países, mas não é muito ilustrativo comparar Estados de dimensão e população muito diferentes.
Dentro da Península Ibérica, a Andaluzia e Portugal têm uma dimensão, população e nível de desenvolvimento semelhantes, pelo que a comparação é mais oportuna em termos epidemiológicos.
População | Superfície KM2 | PIB Per Capita | |
Portugal | 10.276.000 | 92.391 | 19.870 |
Andaluzia | 8.410.000 | 87.270 | 19.107 |
As duas entidades têm ainda concentrações urbanas semelhantes, com duas cidades, Lisboa e Porto em Portugal, e Sevilha e Málaga na Andaluzia, que agrupam grande parte da população.
Os dados da pandemia oferecem algumas semelhanças. Com as estatísticas disponíveis às 02:00 do dia 9 de abril, Portugal declarou 13.141 casos e 380 mortes, e a Andaluzia 8997 casos e 605 mortes. Ajustando a população de cada área, por cada 100.000 habitantes, Portugal tem 127 casos e 3,7 mortes e a Andaluzia 107 casos e 7,6 mortes. A principal disparidade provém da mortalidade, mais elevada na região espanhola.
Nas principais áreas da Península Ibérica, Madrid atinge 635 casos por 100.000 habitantes e a Catalunha quase 400. Note-se que, tanto Portugal quanto a Andaluzia têm contido a epidemia relativamente bem, com uma extensão entre 4 a 6 vezes menos do que a da Catalunha e Madrid.
O estado de alarme, com a limitação de movimentos e atividades, começou na Andaluzia em 14 de março, quando a região teve 304 casos e 3 mortes. Portugal, por seu lado, declarou estado de emergência quatro dias depois, em 18 de março, mas já tinha declarado 642 casos e 2 mortes.
A principal causa, dos bons dados portugueses e andaluzes, poderia estar na maior antecipação na adoção de medidas no desenvolvimento da pandemia, em relação ao foco inicial em Madrid. A Andaluzia “beneficiou-se” de um estado de alarme declarado para toda a Espanha, mas impulsionado pela situação explosiva em Madrid. A República Portuguesa teve uma margem de tempo que conseguiu aproveitar, declarando o estado de emergência num momento pandemia ainda controlável.