Espanha e Portugal vão criar um grupo de trabalho sobre os planos estratégicos da Política Agrícola Comum (PAC) e partilhar os seus respetivos avanços com o fim de reduzir o “efeito fronteira” na sua aplicação em ambos países.
Estes planos foram acordados esta quarta-feira durante uma reunião por videoconferência entre o ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação espanhol, Luis Planas, com a sua homóloga portuguesa, Maria do Céu Antunes, na qual aprofundaram sobre esta reforma e outras prioridades em matéria de agricultura da próxima presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.
Sobre as negociações da PAC, o ministro espanhol assinalou que o acordo anterior alcançado no Conselho é uma “boa base” para as iniciar, já que se trata de um pacto “equilibrado” entre a sustentabilidade económica e a ambiental.
Relativamente à saúde vegetal e animal, os ministros salientaram que irão reforçar a colaboração, tal como acordado pelos chefes de Estado na última cimeira luso-espanhola realizada na Guarda.
Espanha e Portugal apoiam-se “estreitamente” há décadas nesse âmbito, com o primeiro acordo a remontar aos anos 50: foi construído sobre este um marco de colaboração que tem sido “muito útil” no controlo de doenças como a peste suína clássica, a peste equina africana, a tuberculose, a língua azul e a febre aftosa, sublinhou o ministério espanhol em comunicado.
A colaboração em fitossanidade permite controlar a Xylella fastidiosa e pragas como a vespa do castanheiro ou a psila africana dos citrinos.
No que diz respeito ao programa da UE de opções específicas para o afastamento e a insularidade (Posei), que afeta arquipélagos em ambos os países, os dois ministros confirmaram o seu compromisso para que o financiamento não seja reduzido.
Entre outros assuntos, também abordaram a aplicação da estratégia comunitária “Da quinta para a mesa”, os acordos comerciais internacionais, a situação dos mercados agrários a respeito da pandemia de covid-19 e o “brexit”.