O Governo português vai enviar cerca de 60 militares para reforçar a ajuda na formação das forças especiais moçambicanas. A informação foi confirmada ao Expresso pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros esta segunda-feira, dias após o ataque à vila de Palma, no extremo norte de Moçambique, em que dezenas de pessoas morreram e um português ficou ferido, informa o jornal Expresso.
“Está em planeamento o reforço da cooperação técnico-militar bilateral com Moçambique, no quadro do qual cerca de 60 militares portugueses vão contribuir para a formação de forças especiais moçambicanas”, pode ler-se na resposta enviada ao Expresso. “No quadro da União Europeia, na sequência da missão política realizada em janeiro passado e liderada pelo MNE português, decorrem os trabalhos de preparação do incremento da cooperação europeia na dimensão da segurança, possivelmente através quer de apoio em equipamento, quer de apoio em formação”, acrescenta a nota.
O envio de militares para formar as forças especiais moçambicanas não é um plano novo e em fevereiro, questionado pelos jornalistas, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, falava em “desenvolvimentos quotidianos”. “As Forças Armadas portuguesas e moçambicanas estão a trabalhar no desenho da parte que lhes toca para que, em breve – esperemos que durante o mês de abril –, possa começar no terreno o trabalho de formação”, precisou. Tratar-se-á de “uma missão de formação de comandos e fuzileiros, portanto tropas especiais moçambicanas”, “para que as Forças Armadas e de Defesa de Moçambique tenham todas as características necessárias para o desempenho da soberania no seu próprio país”.