Em mais um dia da Mulher, data que assinala as várias conquistas alcançadas nos últimos 100 anos, um estudo do Instituto Europeu da Igualdade de Género (EIGE) apresentou o verdadeiro impacto que a pandemia teve no trabalho. O fosso entre homens e mulheres está cada vez maior e Portugal é inclusive o quinto país da UE em que as trabalhadoras sentiram um maior impacto por causa da Covid-19. Comércio de retalho, assistência ao domicílio e a confecção são as áreas onde a maioria das mulheres, cerca de 40%, perderam os seus empregos.
Durante este período as mulheres foram as que mais trabalharam (tanto em casa como fora) mas também foram as que mais foram despedidas. Estes valores causam preocupação para os responsáveis pelo estudo devido a dificuldade que as mulheres sentem ao entrar no mercado de trabalho, o que pode fazer com que os efeitos da pandemia tenham um efeito mais duradouro. Do primeiro para o segundo confinamento houve um aumento de emprego de 1,4% para os homens e de apenas 0,8% no sexo feminino.
Neste estudo, em que são destacadas as diferenças na perda de emprego ou o número de horas trabalhadas em regime de teletrabalho, Portugal foi o quinto país mais afectado, com as mulheres a terem um impacto de 5,6% no emprego. Esta perda/impacto não se centra apenas no desemprego mas também no número de horas trabalhadas, 29,5 para as mulheres e 18,8 para os homens. Em relação ao teletrabalho, 45% das mulheres estão a trabalhar a partir de casa, tendo que conciliar os respectivos trabalhos com a vida familiar (no caso da escola são as mães que ajudam os filhos).
Os países europeus onde as mulheres sentiram mais os efeitos da pandemia no mercado de trabalho foram: Espanha, Bélgica, Irlanda e Itália.