O grupo espanhol Abanca está a analisar uma possível compra do EuroBic. Segundo a imprensa especializada, o banco liderado por Juan Carlos Escotet está a ponderar a compra dos 75% pertencentes a Isabel dos Santos, a principal accionista da instituição portuguesa que assim que o escândalo “Luanda Leaks” saiu que anunciou que ia vender a sua parte. Quem também vai vender a sua parte é o luso-angolano Fernando Teles, que controla 37,5% do capital do banco, que é um dos 10 maiores a operar em terras lusas. Os espanhóis não são os únicos interessados nas acções da empresária angolana mas, até ao momento, são os mais bem posicionados para esta licitação.
Para a Abanca, Portugal é um mercado estratégico e a expansão de participações são uma prova disso. Para além da possibilidade de adquirir o EuroBic, os responsáveis do banco espanhol anunciaram, numa conferência de imprensa em Santiago de Compostela, que vão comprar parte da Cofina. Já presente na Media Capital, a entrada na Cofina é um passo lógico já que o grupo, que detém o jornal Correio da Manhã e a CMTV, já teve “luz verde” para adquirir a TVI.
Mesmo com uma história ainda curta, o banco liderado por Juan Carlos Escotet já tem um lugar de destaque no competitivo sector espanhol e pretendem fazer de Portugal o seu segundo pólo de actividade. Nas palavras do CEO desta instituição bancária, “Sem pressas, mas sem pausas”.
O banco galego, que conta com mais de 6.000 trabalhadores e pretende se tornar cada vez mais num banco ibérico, teve no último ano ganhos de 405 milhões de euros. Em Portugal, onde registou receitas de 50 milhões de euros (7% do total do banco), adquiriram o retalho do Deutsche Bank. Já em Espanha, um dos casos de sucesso, é o Banco Caixa Geral. Este negócio custou 386 milhões de euros.