Oitenta figuras portuguesas de destaque assinaram um manifesto que pede uma maior velocidade e transparência do processo europeu de vacinação, que já foi criticado pela OMS pela sua lentidão. Este documento, assinado pelas antigas candidatas a presidência da república Ana Gomes e Marisa Matias, apela para que as vacinas sejam consideradas um bem de interesse comum (ideia também defendida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres) e exige uma postura mais firme tanto da Comissão Europeia como do governo português, que está na presidência rotativa do grupo europeu.
Para José Aranda da Silva, o primeiro presidente do Infarmed, o atraso na vacinação europeia pode ser invertido com a cooperação que está a ser dinamizada e que envolve diferentes empresas nos 27 países europeus. A aceleração deste processo, uma normalização na distribuição e um maior leque de vacinas podem contribuir para que o objectivo europeu, 70% da população vacinada, seja alcançado a 14 de Julho.
Para os subscritores, «é urgente que os cidadãos portugueses tomem uma posição firme sobre uma matéria tão significativa para o presente e futuro dos europeus». O mais recente caso de «desorganização» envolve (novamente) a vacina da AstraZeneca. Mesmo após a reunião de urgência marcada por Marta Temido e o novo parecer da EMA sobre a mesma, vários países estão a misturar ou a colocar imposições na idade, como está a acontecer em França. Em Espanha a vacina da AstraZeneca está suspensa para menores de 60 anos.
Este manifesto português vai ser levado não só a Bruxelas mas também a apreciação das Nações Unidas e a OMS.