Com o PS a ganhar as eleições nos Açores mas sem a maioria absoluta que detinham há 24 anos, Pedro Catarino, o representante da presidência da república no arquipélago, indigitou como novo chefe do governo regional o líder do PSD, José Manuel Bolieiro.
Esta escolha, que está a ser muito criticada pelos socialistas, acontece graças a um entendimento entre o PSD, CDS, PPM e com o apoio na assembleia regional da Iniciativa Liberal e do Chega. Com esta associação de forças somam 29 dos 57 lugares disponíveis, o que perfaz maioria absoluta. A «Geringonça» de direita, que assim trilha os mesmos passos do acordo governamental de esquerda que levou António Costa ao cargo de primeiro-ministro, volta com a coligação dos sociais-democratas e do partido do centro.
Pela primeira vez, o Chega fará parte de uma solução governamental, o que está a fazer correr muita tinta já que algumas das medidas propostas são uma auditoria à governação socialista, redução do número de deputados (alguma que também já foi proposto a nível nacional) e a redução do elevado número de beneficiários do rendimento social de inserção (RSI). Nesta região, que é a mais pobre do país, 10% da população tem apenas o RSI como única fonte de rendimento.
O PSD quer desgovernamentalizar e descentralização região dos Açores, maiores avanços no campo digital e fazer bom uso dos fundos europeus. Estas medidas foram apresentadas aos açorianos numa carta aberta apresentada ainda durante a eleição de Outubro. Ainda não se sabe como o novo governo dos Açores vai (ou se vai) adaptar as exigências deixadas pelo Chega e pela Iniciativa Liberal.
O governo, depois de tomar posse, tem obrigação de apresentar um programa de governo junto dos deputados num período de 10 dias.