Costa defende a continuação da “exceção ibérica”

Pedro Sánchez foi eleito presidente da Internacional Socialista

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Pedro Sanchéz e António Costa

O primeiro-ministro António Costa defendeu que a “exceção ibérica” que Portugal e Espanha usufruem para a eletricidade feita a partir do gás terá de continuar para além de maio de 2023. Sem este mecanismo, o preço da eletricidade em território peninsular teria sido 13% mais caro. Em Portugal, uma fatura da eletricidade pode ter um custo médio de 19,27 euros. Estes valores foram registados num ano em que todo o território da Península Ibérica encontrou-se em contexto de seca.

O mecanismo ibérico funciona melhor em países com uma alta taxa de energias oriundas de fontes renováveis e menos dependentes do gás para produzir eletricidade. Várias barragens portuguesas não estiveram a produzir energia para se poupar para o consumo humano. Já em Espanha os caudais destas estão tão baixos que algumas barragens correm o risco de secar completamente.

Costa disse que a “exceção ibérica” que fixa os preços deverá continuar ativa mesmo que seja criado um mecanismo europeu já que ambas as nações são ilhas energéticas comparando com o restante território europeu. O primeiro-ministro pediu uma complementaridade entre os dois mecanismos. «Pelo menos até agora, as propostas que a Comissão Europeia tem apresentado para a limitação do preço máximo do gás são mais elevadas do que os preços que estamos a conseguir com a solução ibérica», contou o primeiro-ministro português que recordou que, até ao momento, a Península Ibérica apenas tem 3% dos seus consumos ligados ao resto do continente.

Mesmo com o acordo alcançado com França para a criação de novos gasodutos (o CelZa e o BarMAr), as interconexões ainda pecam pela sua escassez. As três nações, e a presidente da Comissão Europeia, vão se reunir no dia 9 de dezembro em Alicante para discutirem pormenores mais técnicos de um projeto que Bruxelas vê como uma boa solução para reduzir a dependência que a Europa tem dos combustíveis que vinham da Rússia.

Estas declarações foram prestadas no XVI Congresso da Internacional Socialista, que aconteceu em Madrid. António Costa esteve presente no encontro por ser o secretário-geral do partido socialista português. Sánchez foi eleito presidente da Internacional Socialista, organização que conta com130 forças políticas espalhadas pelos vários continentes.

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