Afeganistão volta a cair nas mãos dos talibãs

Espanha prepara repatriação e Portugal preparado para receber refugiados

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Vinte anos depois da queda dos talibãs às mãos das forças internacionais, o grupo voltou a dominar o Afeganistão depois de uma tomada de várias cidades provinciais bastante rápida. A queda da capital está a fazer com que milhares de pessoas, tanto ocidentais como locais que nas últimas duas décadas trabalharam com as forças estrangeiras, se desloquem em direcção ao aeroporto onde tentam um lugar num dos aviões que saem do país.

Uma força internacional da NATO está a guardar o espaço e o Conselho de Segurança reuniu-se para decidir os próximos dados a dar. Deste encontro saiu o reforço, por parte de António Guterres, que «todos os meios a disposição serão usados para enfrentar o terrorismo global que ameaça o Afeganistão» e que os direitos básicos devem ser respeitados. As Nações Unidas pretendem uma solução pacífica para o desenrolar desta história. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pede contenção a todas as partes envolvidas e num comunicado demonstrou-se preocupado com o futuro das mulheres e das meninas, cujos direitos duramente adquiridos «devem ser protegidos».

A União Europeia também terá no local uma força para proteger os cidadãos. Os chefes da diplomacia europeia vão se reunir na terça-feira para discutirem esta questão e o responsável da diplomacia continental, Josep Borrell, numa mensagem no Twitter relembrou que o Afeganistão está numa encruzilhada histórica e que «a segurança e o bem-estar dos seus cidadãos, bem como a segurança internacional, estão em jogo».

As diferentes nações, incluindo Espanha, estão a juntar forças para retirarem os seus cidadãos e colaboradores estrangeiros de território afegão. O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, afirmou que na evacuação ninguém será deixado para trás.

Segundo o governo português, a maioria dos cidadãos nacionais já regressou e o ministro da Defesa, João Cravinho, afirmou que o país está preparado para receber refugiados afegãos, especialmente os 243 funcionários que trabalham no aeroporto de Cabul e as suas famílias. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considera inaceitável que o país volte a ser um santuário de grupos terroristas e que para refrear esta situação será necessário usar a diplomacia para exigir aos talibãs que cumpram regras nacionais e internacionais.