A 44.ª edição do festival de teatro clássico de Almagro, em Castela-La Mancha, vai decorrer de 1 a 25 de Julho e vai ter pela primeira vez como país convidado Portugal. Neste festival, que é um dos mais importantes a nível internacional, vão atuar 38 companhias (incluindo a do Teatro de Braga ou a do Teatro Nacional de São João) em 84 espetáculos que trazem a cena o importante acervo cultural de ambas as nações. Na apresentação da programação deste evento tanto o seu diretor, Ignacio García, como a ministra da cultura do governo português, Graça Fonseca, demonstraram a certeza que esta junção “dará bons frutos”.
Sobre a escolha do país convidado, Ignacio Garcia explicou que este foi um inconveniente da Covid mas que a cultura ibérica é única, com “Calderón [de la Barca] ou Tirso [de Molina] que escreveram versos em português e Camões escreveu em espanhol», como lembrou o diretor do festival de Almagro que também defendeu as semelhanças entre o Século de Ouro em Espanha e Portugal. Gil Vicente, que é considerado o pai do teatro português, compartilha a paternidade do teatro ibérico com o dramaturgo Juan del Encina.
O programa do festival de Almagro inicia-se no dia 1 de Julho com a entrega do prémio Corral de Comédias à atriz espanhola Julieta Serrano que na sua filmografia tem, entre outros, a participação em “Dor e Glória”, película autobiográfica de Pedro Almodôvar. A 3 de Julho começa a parte dedicada a Portugal com a apresentação de “E o tempo breve passará em flores”, verso da poeta Sor Ana de la Trinidad que é o lema do festival. Também baseado neste verso é o cartaz, que é da autoria do pintor português José Manuel Castanheira. O festival vai decorrer com 50% da lotação devido às restrições sanitárias.
