Para frear as alterações climáticas, movimentos e sociedade civil podem uma maior atitude dos políticos. Se nada for feito será cada vez mais comum o mar invadir as zonas costeiras, as ondas de calor aumentarem e animais e plantas que todos conhecemos podem desaparecer. O mediterrâneo, onde se inclui a Península Ibérica, é uma das regiões do mundo que mais sofre com as mudanças no clima.
Muita coisa pode acontecer e se o Acordo de Paris for cumprido podem ser salvas, até 2040, milhões de pessoas. Actualmente morrem 10.000 de pessoas todos os anos devido às alterações climáticas. Em Portugal são cerca de 200. Inês dos Santos Silva, secretária de Estado do Ambiente, para cumprir os objetivos «temos de ter consciência de que precisamos de reduzir o consumo de matérias-primas e de energia. Não haverá cumprimento dos objetivos do acordo de Paris pondo a nossa fé unicamente em tecnologias ou na eficiência».
Segundo as projecções da Climate Central, se nada for feito o mundo que conhecemos pode mudar bastante graças ao aquecimento climático. Várias cidades ficaram em perigo se não implementarem medidas para garantir a estabilidade das suas populações. Em Portugal, mais precisamente as zonas ribeirinhas de Lisboa poderão ficar inundadas. Um dos locais que poderá ficar submerso é o Parque das Nações.
A subida do nível médio das águas do mar coloca em risco algumas aldeias costeiras espanholas, especialmente no nordeste. Para fazer frente a esta situação, o governo espanhol pretende comprar 832 hectares de terrenos privados no delta do Ebro, naquela que seria a maior aquisição de terras relacionada com o clima na Europa. A Península Ibérica será, segundo a agência meteorológica espanhola, parte de uma extensão que no verão é apelidada de «cinturão de calor». Até ao momento esta faixa vai da Argélia à Índia mas caso a temperatura aumente mais 3° graus esta situação pode se estender a Portugal e a Espanha.
Cidades em risco devido às alterações climáticas
A cubana Havana e a cidade da Beira, em Moçambique, são outras regiões que são cada vez mais fustigadas devido às alterações climáticas. Mesmo que o mundo alcance a neutralidade carbónica, ambição europeia, o nível de água do mar continuará a aumentar, irremediavelmente, entre 28 e 55 centímetros até finais do século. Portugal, em 2016, foi a primeira nação do mundo a anunciar que pretendia atingir a neutralidade carbónica em 2050 (até 2030 deve haver uma redução até 55%) mas é urgente antecipar esta data.
Agora que o inverno se aproxima, os portugueses vão voltar a sentir frio já que o conforto térmico das casas é bem baixo e segundo um relatório de um grupo de investigação da Comissão Europeia é mesmo o país com os valores mais baixos de poupança energética nos edifícios residenciais. Segundo Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, este «é um caminho longo» mas estão a ser feitos «fortíssimos investimentos no sentido de reduzir a nossa pegada, por exemplo no que diz respeito às energias renováveis».
Sobre Cimeira do Clima COP26, que esta a acontecer em Glasgow de 31 de Outubro a 12 de Novembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para o «risco sério» de falhanço.