COP 26 inicia-se com alertas e pedidos de mais ambição no combate contra as alterações climáticas

António Guterres e Pedro Sánchez foram os primeiros líderes mundiais a discursar na Cimeira do Clima em Glasgow

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A COP 26, que está a decorrer em Glasgow, é vista como primordial na luta contra as alterações climáticas mas vários líderes políticos, como é o caso de António Costa ou Jair Bolsonaro, não estão presentes. Neste encontro participam 120 líderes políticos e milhares de especialistas, activistas e decisores públicos. Depois da Cimeira dos G20, onde ficou acordado que o aumento da temperatura não pode ir para além dos 1.5 graus, este encontro na Escócia recebe o foco da luta pelo planeta.

A actual situação política em Portugal pode colocar em causa a luta feita contra as alterações climáticas, já que o país pretende ser um dos primeiros a nível mundial a chegar a neutralidade carbónica. Úrsula Von der Leyen, que também está presente na COP 26, anunciou que a União Europeia vai doar 4.3 mil milhões de euros para dotar as nações mais pobres de meios para enfrentar as mudanças climáticas.

Mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia, em 2020 houve um recorde nas concentrações de gases de efeito de estufa. A Índia, o terceiro maior poluidor, será neutral a nível carbónico apenas em 2070, 20 anos após a data avançada pela União Europeia. Merkel defendeu a necessidade de se fixar um preço para a emissão dos gases de efeito de estufa.

António Guterres e Pedro Sánchez discursam na COP26

O secretário-geral da ONU, António Guterres, abriu a COP 26. Para o português, mesmo que os esforços necessários sejam feitos, as temperaturas vão subir bem acima dos dois graus, o que coloca em causa a meta colocada pelos G20. Guterres apelou a todos os presentes para fazerem algo para salvarem a humanidade. «É hora de dizer basta. Basta de brutalizar a biodiversidade, basta de matarmo-nos a nós mesmos com carbono, basta de tratar a natureza como uma latrina (…) e de cavar a nossa própria sepultura», disse o antigo primeiro-ministro português a nomes como Ângela Merkel ou Justin Trudeu.

Pedro Sánchez, o primeiro dirigente a discursar devido ao facto de ser o chefe de Governo do país anfitrião da anterior COP, anunciou que Espanha vai doar 1.350 milhões de euros para o Fundo Verde para o Clima a partir de 2025. Este valor representa um aumento de 50% da actual contribuição (86 mil milhões de euros). O primeiro-ministro espanhol pediu à comunidade internacional mais ambição para travar as alterações climáticas, uma «prova de fogo» que o planeta está a atravessar.

Da COP26 espera-se que saia um acordo para as florestas e o Brasil, país que está constantemente debaixo de fogo por causa da Amazónia, deve assumir o compromisso de acabar com a desflorestação ilegal antes de 2030. A 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as alterações climáticas realiza-se seis anos após o Acordo de Paris.

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