Portugal prepara o Mundial 2030 com um seleccionador espanhol

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Sem quem ninguém esperasse, antes de um encontro entre uma equipa portuguesa e outra espanhola para a Liga dos Campeões, a FIFA anunciou que o território ibero-marroquino (mais três países da América Latina) vai receber o Mundial 2030. Este vai celebrar o centenário da maior competição de selecções de futebol em todo o mundo. Em Portugal, os jogos devem acontecer nos estádios da Luz, Alvalade e do Dragão. Estes são os estádios que podem receber os jogos mas poderiam ser muito mais se os estádios do Euro fossem utilizados.

Para 2030, o primeiro-ministro português prometeu, em Gondomar, que o TGV já estaria activo, o que é um pedido antigo tanto das populações fronteiriças como dos adeptos que virão até ao território ibérico para assistir aos maiores jogadores de futebol da história. Se for para pedir infra-estruturas para fazermos o melhor Mundial de sempre, finalmente poderíamos resolver a história do novo aeroporto de Lisboa que vem desde o Estado Novo e já teve várias localizações (ainda vamos meter o aeroporto de Lisboa em Barrancos).

Deste lado da fronteira, e depois de José Peseiro ter dito ao jornal Marca (ou AS, agora não tenho a certeza) que Portugal está com uma melhor selecção do que aquela que tinha no Euro 2016 que aconteceu em França, fez-se uma tabela com as idades dos actuais jogadores no Mundial que vai ser jogado em casa. Cristiano Ronaldo nessa altura terá 45 anos mas quando falamos do “bicho” (como era carinhosamente tratado pelos adeptos espanhóis) tudo é possível e talvez ainda de para ver Ronaldo e Messi jogarem no Mundial que vai acontecer tanto no território ibérico como nos Pampas. Nem tudo na vida é futebol e nem me atrevo a falar sobre a situação em que a Argentina ou Marrocos vivem tanto ao nível económico como social. Vamos ficar por aqui mesmo, na península ibérica.

O OE português para o próximo ano vai, segundo Medina, ter um superavit que vai permitir abater na divida. O objectivo é tentar baixa-la para 100 ou menos do PIB. O salário mínimo vai aumentar mas a educação e a saúde estão feridas. O meu tio, com quem aprendi muita coisa (incluindo futebol), disse no outro dia que Portugal é o melhor país do mundo mas não para os portugueses. O custo de vida em Portugal é mais baixo que em Espanha mas a qualidade de vida é superior muito devido aos salários maiores e aos preços menores. Veremos se o Mundial vai ajudar a mudar as nossas vidas ou será mais um evento como foi o caso da JMJ (o parque que recebeu o Papa vai, no próximno ano, virar a nova cidade do Rock In Rio).

Antes de chegarmos ao Mundial ibérico temos outras duas competições. A primeira será já o Euro 2024, que vai acontecer na Alemanha (que tal como em França há uma grande comunidade portuguesa, um dos grandes amuletos da equipa das Quinas).  Portugal e Espanha já estão apurados e com as malas feitas para viajarem para o centro da Europa.

No caso português, a equipa comandada por Roberto Martínez conseguiu o apuramento mais rápido, muito provavelmente, dos últimos trinta anos. Cresci sempre com a história da máquina de calcular numa mão e um rosário na outra para rezar por um apuramento que sempre acontecia mas que ia até a última jornada.  Enquanto escrevo estas palavras, a equipa de Ronaldo e das novas jóias do Barcelona (a dupla de João Cancelo e João Félix) vou jogar com a Bósnia já apurados.

Muitos olham para o campo mas vamos focar um pouco para a lateral. Há vinte anos, quando recebemos o Euro 2004, tivemos um treinador brasileiro (o Scolari) que voltou a fazer com que os portugueses “vestissem a bandeira”, o mote usado agora pela FPF. Dezanove anos depois voltamos a ter um seleccionador estrangeiro, o catalão Roberto Martínez, que promete criar muita “ilusion” nos adeptos. Sempre de fatinho, pin de lapela com o escudo nacional e a cantar o hino num português quase perfeito, Martinez é o verdadeiro 007 vindo de terras espanholas (até ao momento não houve derrotas ou empates, apenas vitórias).

Como muitos brincam online, se Martínez assistir o Gordo (Fernando Mendes) na RTP1 já pode ser considerado portugues de “gema”. O futuro não é do conhecimento de ninguém e não só daqueles que pedem já o Euro mas se Martínez continuar no ritmo em que está, muito provavelmente será, como Fernando Gomes disse no dia em que o apresentou, o seleccionador de Portugal no Mundial 2030. Seria interessante que nessa data víssemos um português no comando da Roja. Nomes capacitados não faltam, começando com Mourinho (que dizem que se pode juntar a Ronaldo na Arábia Saudita).

A união ibérica é cada vez maior mas como a realizadora do documentário Portunhol disse numa entrevista prestada ao EL TRAPEZIO, as rivalidades voltam quando falamos de desporto. Voltando ao Mundial de 2030, uma das coisas que lamento é que o jogo inaugural não aconteça no território ibérico. Uma coisa que sempre me fascinou foi a parte cénica e eu já estava a ver um espectáculo de abertura que tivesse fado, flamenco e a dança do ventre. Não deveremos ver isto, pelo menos desta forma, pois este será um Mundial dos Descobrimentos.

Andreia Rodrigues

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