Cultura ibero-americana anima fim de semana em Águeda

Os espetáculos apresentados fazem parte da animação de rua do festival de arte urbana Agitágueda, que decorre até ao dia 24 deste mês

Comparte el artículo:

Agitágueda é sinónimo de cor, alegria, mas também de cultura e experiências diferentes. O festival ex-libris da cidade de Águeda, conhecido pelos chapéus coloridos que decoram as ruas, está de volta este ano, depois de um interregno de dois anos, para comemorar o décimo aniversário e com muitas novidades até ao final de julho.

Uma delas aconteceu neste último fim de semana, recheado de programação ibero-americana. Entre teatro, circo, artes plásticas e música ao vivo, os espetáculos fizeram-se de muitas fusões e histórias para todos os gostos e todas as idades, atraindo dezenas de curiosos ao centro da cidade mesmo depois da programação ser adiada algumas horas por causa do calor que se fazia sentir.

Do outro lado foi o primeiro espetáculo de rua a ser apresentado. Apenas com dois atores bem-humorados e uma cortina móvel, a companhia basca Zanguango Teatro fez-nos deter a atenção nos pormenores mais banais da vida quotidiana. À medida que a cortina se movia pelas ruas da cidade, o público acompanhava a narrativa dos dois “relatadores” que apenas se limitavam a descrever ou a imaginar a partir daquilo que todos viam “do outro lado”: pessoas como nós que se tornavam as personagens involuntárias do espetáculo.

“É uma contemplação do que se passa do outro lado. A cortina é apenas um marco no qual podemos centrar o olhar e falar um pouco da vida normal”, explica o ator Txubio Fernández. “A poética deste espetáculo reside no próprio devir das coisas que acontecem na rua, a cada dia que passa”.

Seguiu-se o espetáculo Pintórica, desta vez pela mão dos argentinos Duo Ka’ygua, que já tinham estado em Águeda numa residência artística, em maio, para preparar esta performance. Os pés, mãos e os movimentos graciosos deste duo de artistas são os protagonistas, combinando a acrobacia circense com as artes plásticas e a música para criar um quadro expressionista, que fica agora exposto junto ao local do espetáculo, a Escola Secundária Marques de Castilho.

Para Facundo Combina, artista do duo, o propósito deste espetáculo “é chegar às almas” de quem assiste. “Acho que a arte pode atravessar barreiras e transportar emoção. Partimos sempre do preto, do nada, para criar luz e vida”.

Já a andaluza La Banda de Otro foi a companhia responsável por apresentar Yee Haw, um espetáculo circense inspirado nos filmes western com música ao vivo. Os três artistas em cena garantem que nenhuma música é sua – mas sim de outro – e, a galope do riso, encantam o público ao estilo de bluegrass, country e ragtime.

“Esta é uma história do Oeste que inventámos com música, circo e humor”, diz Alberto Foncu, artista da banda. “Sempre gostámos muito de circo”, acrescenta o irmão, Dani, “e começámos a brincar com instrumentos que achámos mais circenses como o banjo e o banjolele para criar situações cómicas dentro de um universo country”.

A fechar esta série de espetáculos, estiveram os portugueses bYfurcação teatro com uma adaptação do clássico espanhol D. Quixote de La Mancha e Seu Amigo Sancho Pança. Um espetáculo montado no Parque de Alta Vila, o cenário perfeito para uma história de cavalaria, aventura e paixão, mas com uma pitada de humor e imaginação que não deixou ninguém indiferente.

“Precisamos muito do público para este espetáculo”, explica o ator Ricardo Karitsis, “porque há muita improvisação. E também porque gostamos de inserir o público no espetáculo, não só para nos divertimos como também para divertir as outras pessoas”.

Noticias Relacionadas