Design junta escolas superiores de Viana do Castelo e Valladolid

Já a partir do próximo dia 15 de fevereiro, o programa colaborativo “Um projeto, dois países” avança para uma exposição na cidade portuguesa

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Desenvolver um trabalho conjunto entre alunos e professores dos dois países, trocando metodologias de ensino e preparando melhor os estudantes para o mercado de trabalho. Este é o fundamento da iniciativa internacional que une o Instituto Politécnico de Viana do Castelo e a Escola Superior de Design (ESI) de Valladolid. Um projeto, dois países, na área do design, que contempla aulas online e o intercâmbio de docentes entre as instituições de ensino superior.

O projeto piloto, que arrancou no início deste ano letivo, envolve cerca de 50 alunos e consiste numa experiência com três turmas, duas dos cursos de design da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo (ESTG-IPVC) e uma da ESI de Valladolid. Os estudantes reúnem-se em aulas online a cada três semanas para apresentar e analisar trabalhos em conjunto, permitindo-lhes a troca de impressões entre si e o acesso a diferentes abordagens.

Em Portugal, o coordenador do programa é Manuel Rivas, professor na ESTG-IPVC, que referiu ao EL TRAPEZIO o “desafio” de realizar a sua ideia. “Há algum tempo que queria implementar este tipo de colaboração entre instituições, e até já tinha aprovado um programa Erasmus para docentes, só que, com a covid-19, tudo parou”. Mas a experiência bem-sucedida de uma aluna sua na ESI de Valladolid fê-lo voltar a “equacionar” a oportunidade de partir em Erasmus e optar pela instituição espanhola “como parceira deste projeto piloto”.

Desde que o programa começou, os alunos participantes já desenvolveram um projeto com uma “problemática habitacional”, envolvendo outra parceira, a empresa Reabilitar Viana. O trabalho abordou a “reconstrução de uma moradia sita em Viana [do Castelo] e a transformação da mesma num espaço habitável para um artista, à eleição dos alunos. Um espaço com três zonas diferenciadas: uma zona habitacional, um espaço exterior de lazer e um atelier”, explicou o docente.

A proposta estará agora em destaque numa exposição aberta ao público já a partir do próximo dia 15 de fevereiro, e até ao final do mês, no edifício dos Antigos Paços do Concelho de Viana do Castelo. A primeira de uma série de exposições que deverão ocorrer “tanto em Espanha como em Portugal”, apoiadas por um catálogo físico, desenvolvido pelos estudantes de Valladolid, e uma versão virtual do mesmo, criada pelos alunos da ESTG-IPVC.

Finalizada a primeira fase do projeto, a avaliação é positiva. “Tanto de um lado como do outro, os alunos tomaram o desafio com grande interesse e trabalharam muito bem”, admitiu Rivas, sublinhando que o propósito era “que os alunos tivessem uma visão diferente de como encarar o mesmo problema, a partir de uma perceção cultural diferente”. Culminando na visita dos alunos espanhóis para montar a exposição, em que os estudantes de ambos os países “terão a oportunidade de se conhecer pessoalmente”.

No entanto, a iniciativa quer ir ainda mais longe com a criação de uma “rede internacional de unidades curriculares” que, através de uma plataforma, promova os trabalhos de alunos em distintas geografias. “Assim, por exemplo, uma escola de França poderia publicitar o trabalho dos seus alunos e eu poderia aderir [ao mesmo projeto] com os meus alunos em Viana”, esclareceu Manuel Rivas.

“Também já estamos a trabalhar no próximo ano, em que será Valladolid a propor o projeto [a desenvolver]”, revelou ainda o coordenador, referindo que o programa será alargado a Palma de Maiorca e, eventualmente, a uma escola do Brasil, com a qual mantém “conversas”.

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