O escritor moçambicano Mia Couto ganhou o Prémio FIL de Literatura 2024 de Guadalajara (México). Esta distinção distingue o melhor autor de línguas românicas e tem um valor de 136 mil euros (o que equivale a 150 mil dólares). A este prémio concorreram 49 autores de 20 países diferentes. Os autores concorrentes tinham que ter a sua obra originalmente editada numa destas seis línguas: catalã, espanhola, francesa, italiana, portuguesa ou romena.
O júri atribuiu esta distinção por unanimidade ao autor, que é um dos nomes mais conhecidos da literatura lusófona contemporânea. O escritor afirmou, aos meios de comunicação, estar orgulhoso com prémio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara. Este é um dos prémios com mais prestígio dado em toda a Iberoamérica.
Mia Couto tem uma vasta carreira literária que vai do conto ao romance e é amplamente conhecida em todos os países da CPLP. O continente africano e as suas relações com as diferentes latitudes do mundo são chave na obra do escritor que é moçambicano de nacionalidade mas de origem portuguesa. Estar a ser dada cada vez mais atenção a literatura africana. Não é a primeira vez que um africano concorre mas esta vitória é digna de destaque. «Terra Sonâmbula» é um dos melhores livros da literatura africana do século XX.
O escritor moçambicano ao longo da sua carreira ganhou vários prémios. Incluindo o Prémio Camões, que foi atribuído em 2013, e faz parte da Academia Brasileira de Letras. «Terra Sonâmbula», «A confissão da leoa» ou «Vozes anoitecidas» são algumas das obras da sua autoria. Mia Couto nasceu em 1955 na cidade da Beira, em Moçambique. A sua obra está traduzida em mais de 30 línguas.