21/04/2025

Festival Novos Cinemas regressa com mais talento ibero-americano e uma reforçada presença portuguesa

Nona edição do festival internacional de cinema de Pontevedra começa já esta terça-feira com a exibição do filme ‘La Parra’, do galego Alberto Gracia

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Desta terça-feira (10) até ao próximo domingo, o festival Novos Cinemas, em Pontevedra, volta a dar destaque aos filmes e cineastas ibero-americanos, especialmente ao talento emergente. Em seis dias serão exibidos 25 filmes, 17 dos quais a concurso, incluindo estreias internacionais, em Espanha e na Galiza. Este ano com uma nova secção, Ceres, dedicada ao cinema de formação ibérico.

“[Queremos] ampliar o nosso raio de ação no eixo da formação”, explica o diretor artístico do festival, Suso Novás, “por isso decidimos incluir uma secção competitiva que nos permita promover e partilhar propostas que se desenvolvem nas escolas de cinema e centros formativos [de audiovisual] de Espanha e Portugal, para assim continuarmos a detetar talento.”

Das quatro propostas a apresentar nesta secção, uma delas é portuguesa. Rostos de casa, da realizadora Sofia Afonso, “emergente e em processo de formação”, mostra as recordações de uma casa agora vazia, de um lugar onde viveram pessoas que a encheram outrora de amor e alegria. Sofia Afonso iniciou-se no cinema na Escola Artística de Soares dos Reis, no Porto, e continua agora os estudos na mesma cidade, na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

Seguindo o processo de “ligação com Portugal”, a presença lusa reforça-se nesta edição com a entrada de um filme português na competição oficial. Senhora da serra, de João Dias, estreia-se assim em Espanha com alguma expectativa por parte da organização, que destaca “a experiência e validação crítica e profissional inquestionável” do cineasta. “[Filmes como estes] revelam a capacidade do cinema luso para plasmar temas inerentes à história do país e à história íntima das pessoas, com perspetivas que enriquecem a linguagem cinematográfica e audiovisual.”

Novás salienta também a presença de Joana Carro, distinguida já múltiplas vezes em Espanha, que apresenta no #LAB (‘laboratório’) do festival o projeto da sua primeira longa-metragem, Me llamo Erik Satie como todo el mundo. Uma coprodução com Espanha, Uruguai e França, com o apoio da produtora Zé dos Bois, que narra a viagem de uma mulher espanhola ao Uruguai em busca do pai ausente que não vê desde os 12 anos.

A programação Carta Branca, à semelhança do ano passado, é oferecida a um português, Daniel Maciel, codiretor do MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço e também membro do júri internacional da competição oficial nesta edição. No último dia, 15, estará a apresentar o filme As melusinas à margem do rio, de Melanie Pereira, divulgado também este ano no 6.º Ciclo de Cinema Galego, Português e Brasileiro em Tui.

Destacam-se ainda a participação dos portugueses Maria Vera, na equipa assessora do #LAB e na mesa Novos Cinemas sobre políticas de promoção dos filmes; Pedro Alves, convidado para falar sobre a referida Escola das Artes da Universidade Católica do Porto onde é docente; e ainda de Sérgio Gomes, diretor executivo e programador do festival Porto/Post/Doc, que apresentará o filme Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas, da também portuguesa Tânia Dinis.

“Em direção ao futuro, e em função das nossas capacidades e possibilidades, continuaremos a fornecer a nossa relação com a área geocultural lusófona, consubstancial à linha editorial do Novos Cinemas”, garante Suso Novás, “tal como são a formação, a promoção do talento emergente internacional, o fomento do setor e a presença ibero-americana”. Algo visível no apoio a estreias internacionais como a de Las galaxias, da argentina Guillermina Pico, e do destaque para o cinema feito por mulheres, como é também o caso de Te separas mucho, de Paula Veleiro López, que encerra esta edição.

Novos Cinemas é um festival internacional de cinema organizado pela associação cultural com o mesmo nome e a produtora Matriuska, com o apoio de entidades públicas e privadas. Realiza-se anualmente em Pontevedra, entre espaços como o Teatro Principal, o Museu de Pontevedra e a Casa das Campás, e promove a relação entre as várias produções cinematográficas no espaço ibero-americano.