Líderes mundiais juntam-se em Assembleia-Geral das Nações Unidas feita em clima de guerra

Portugal olha para um lugar não permanente no Conselho de Segurança da ONU e Guterres alerta para um mundo em perigo

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A Assembleia-Geral das Nações Unidas trouxe de volta, e já sem qualquer tipo de restrições, a maioria dos líderes mundiais. Putin e Xi serão os principais ausentes, já Biden teve de adiar o seu discurso devido ao funeral da Rainha Isabel II. A 77ª sessão da Assembleia-Geral tem como lema Soluções por meio da solidariedade, sustentabilidade e ciência. Esta é a primeira reunião onde os chefes de estado dos 193 países que fazem parte da organização estiveram reunidos desde o início da guerra na Ucrânia. Para além do conflito que abala o leste da Europa, a inflação ou as alterações climáticas também serão temas que estarão a debate.

Na abertura, António Guterres falou sobre a guerra na Ucrânia, mas sem apontar o dedo a Rússia. O português preferiu falar sobre o acordo dos cereais que vai permitir alimentar quem tem fome (a cada minuto morrem no mundo 4 pessoas com fome) e alertou para o facto de «o nosso planeta estar a arder». Segundo Guterres, a comunidade internacional «não está pronta ou disposta a enfrentar os desafios dramáticos da nossa era».

Pedro Sánchez reuniu-se com Guterres e ofereceu-se para ajudar a alcançar acordos para enfrentar a atual crise global. Especialmente nas crises alimentar e energética. Segundo fontes espanholas, Sánchez insistiu no multilateralismo como a única forma de enfrentar os desafios globais deste século.

Bolsonaro abre discursos com declarações tendo em vista a reeleição

Como é habitual em todos os debates gerais, o presidente brasileiro foi um dos primeiros a discursar. Bolsonaro levou como tópicos os esforços feitos na pandemia de Covid-19, o crescimento económico e a corrupção. Para o presidente brasileiro, candidato às próximas eleições (aproveitou o momento para fazer campanha), acredita que este momento é um «divisor de águas».  O presidente da AG da ONU alertou para o «momento mais decisivo das últimas quatro décadas».

António Costa falou na quinta-feira mas ainda no inicio da semana marcou presença num encontro bilateral, com Guterres, onde foi discutido a importância da educação no mundo. Costa defendeu um novo contrato social para a educação e anunciou que no próximo ano a cidade do Porto vai receber Fórum Global Schools2030. Já Guterres acredita que a «educação é o investimento mais importante que qualquer país pode fazer». António Costa em Nova Iorque também se encontrou com representantes da comunidade portuguesa e com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e o do Equador, Guillermo Lasso.

Costa reiterou a Guterres o apoio de Portugal ás suas propostas e ações na ONU. Portugal é um dos candidatos a ocupar um lugar não-permanente no Conselho de Segurança da ONU (atualmente a representação lusófona neste órgão é feita pelo Brasil) em 2027-2028. Também presente em Nova Iorque, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, relata que tem encontrado «uma expectativa muito positiva» em relação a candidatura lusa. Zelensky também discursou na ONU, só que por videoconferência. Isto no dia depois de Putin ter decretado uma mobilização parcial em território russo.

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