Paulo Rangel, que no Parlamento europeu questionou Pedro Sánchez, será o número 2 do futuro Governo

Luís Montenegro apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa a composição do seu novo Governo, que vai contar com 17 ministros, com as mulheres em minoria e um Ministério dedicado aos jovens

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Luís Montenegro, ministro indigitado, já apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa o nome dos ministros do seu futuro Governo, que vai tomar posse no dia 2 de Abril. São 17 os novos ministros da República Portuguesa, com as mulheres em minoria e o CDS ganha um Ministério graças a vitória da AD nas eleições que aconteceram no último dia 10 de Março. Tal como aconteceu com Paulo Portas, o CDS consegue a pasta da Defesa com Nuno Melo. O antigo eurodeputado (tal como Rangel ou Marisa Matias, do BE, está de volta a Portugal) é monárquico e apanha desta forma uma pasta primordial num período de guerra em território europeu.

Depois da Defesa, a Justiça. Esta pasta vai ficar nas mãos de Rita Júdice, advogada especialista em imobiliário. A Administração Interna vai ficar com Margarida Blasco, juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça.

O futuro ministro da Educação, Ciência e Inovação será Fernando Alexandre, professor da conhecida Universidade do Minho. Depois da socialista Marta Temido, a pasta da Saúde volta a ter uma ministra, desta vez será Ana Paula Martins, que chegou a fazer parte da administração do hospital lisboeta de Santa Maria. A próxima ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social será Maria do Rosário Palma Ramalho, professora da Faculdade de Direito de Lisboa.

O Ambiente e a Energia vão estar nas mãos de Maria da Graça Carvalho. Esta será a terceira vez que a eurodeputada vai ocupar um cargo no Governo de Portugal. A Agricultura e as Pescas ficam com José Manuel Fernandes, conhecedor da PAC.

Uma das novidades que o Governo de Montenegro vai trazer é um Ministério dedicado a juventude e a modernização. Este Ministério vai ser chefiado por Margarida Balseiro Lopes, que foi a primeira mulher a liderar a JSD. A Cultura, que continua com Ministério próprio, fica com Dalila Rodrigues, diretora do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém.

Ainda não se sabe nada sobre os secretários e o papel que a Raia e Espanha terão na atuação do próximo Governo português. No Governo de Costa foi Isabel Ferreira que desempenhou o papel de secretária de Estado com o foco na zona raiana. Manuel Castro Almeida será ministro adjunto e da Coesão Territorial de um Governo que terá como sede de parte dos seus Ministérios as instalações da CGD.

Miranda Sarmento, o futuro ministro das Finanças de Portugal, terá um excedente orçamental deixado por Fernando Medina para atuar em questões consideradas como críticas, como é o caso da habitação ou da saúde. O antigo presidente do PSD, Rui Rio, chegou a descrever Joaquim Miranda Sarmento como o seu «Centeno». Continuamos a falar sobre dinheiro. O próximo ministro da Economia de Portugal será Pedro Reis, economista de formação.

Leitão Amaro, ministro da Presidência, vai ter como papel coordenar a atuação deste Governo num Parlamento onde não tem a maioria e que para elegerem um presidente (Aguiar-Branco) precisaram de 4 votações e um acordo com o PS. O próximo ministro das Infraestruturas e Habitação, pasta que chegou a ser de Pedro Nuno Santos, fica para Miguel Pinto Luz. Vai ter muito a decidir, incluindo a localização do novo aeroporto de Lisboa, um dos temas que foi deixado numa das pastas de transição que o Governo de Costa deixou para o de Montenegro.

Como número 2 deste novo executivo de direita estará o até há bem pouco tempo Eurodeputado português Paulo Rangel. O social-democrata, que tem fortes ligações ao PP, discursou nas manifestações que aconteceram em Espanha depois das últimas eleições que deram a vitória (em votos) de Núñez Feijóo mas reconduziram Pedro Sánchez na Moncloa. O agora nome maior da diplomacia portuguesa já tinha questionado Sánchez no Parlamento europeu sobre uma possível ligação russa aos protestos independentistas na Catalunha e se a amnistia viola o Estado de Direito. O novo ministro dos Negócios Estrangeiros português, vice-presidente do PPE, numa entrevista dada ao EL TRAPEZIO já tinha defendido uma política de exportação conjunta das línguas ibéricas.

Montenegro e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira. Os secretários de Estado tomam posse dois dias depois para poderem apresentar o programa do Governo (documento que apresenta as linhas orientadoras para os próximos quatro anos) à Assembleia da República. Segundo a Constituição, o Governo só entra em plenas funções depois deste programa ser aprovado pela AR.

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