A última celebração do «Milagre do Sol» foi a primeira, desde o início da pandemia, sem uma boa parte das restrições que fizeram parte do recinto e das peregrinações Fátima. Os devotos europeus voltaram a Cova da Iria e as velas solitárias ou os círculos desenhados no chão fazem «quase» parte do passado. As regras que imperaram em Fátima e a forma como os peregrinos responderam às mesmas foi apontado por D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, como um exemplo para o país e para o mundo.
Depois de um 13 de Maio de 2020 onde D. António Marto terminou a missa, sozinho e prometendo que um dia «voltaremos todos aqui juntos», os peregrinos voltaram a Fátima. Mesmo ainda não estando na sua capacidade máxima, os lojistas que ficam a volta do receituário esperam que a recuperação aconteça no próximo ano, grupos portugueses, alemães, croatas, de El Salvador, eslovacos, espanhóis, americanos, filipinos, franceses, haitianos, irlandeses ou italianos estiveram presentes tanto nas orações como na procissão das luzes ou do adeus.
Neste 13 de Outubro, 104 anos após a última das aparições aos 3 pastorinhos, a mensagem passada pelo responsável por esta celebração, o arcebispo de São Salvador da Bahia, D. Sérgio da Rocha, centrava-se na necessidade de se olhar com mais amor e compaixão por todos aqueles que sofrem, inclusive com a pandemia de Covid-19. O primaz, que nesta passagem por Portugal descreveu-se como um «peregrino entre os peregrinos de todo o mundo», foi um dos 21.6 milhões de brasileiros infectados e criticou Bolsonaro (que foi barrado na entrada do estádio do Santos por falta do passe sanitário) pela sua falta de preparação para enfrentar a crise de saúde que o mundo vive.
O Papa e o culto de Fátima
Ao lado de Santiago Compostela ou do recinto mariano de Lourdes, a devoção a Nossa Senhora de Fátima é uma das mais conhecidas do mundo. Quem também não esqueceu esta peregrinação foi o Papa Francisco, que voltará a Portugal em 2023 para celebrar as Jornadas Mundiais da Juventude, que vão decorrer em Lisboa e que vão receber, segundo a organização, 3 milhões de pessoas.