Cinco meses depois de uma fuga da prisão de alta segurança de Vale de Judeus, os últimos dois fugitivos foram detidos em Espanha. A cooperação com as autoridades policiais espanholas começou logo no dia em que esta fuga aconteceu e é vista como primordial para que a operação de captura fosse possível.
Os responsáveis pela Polícia Judiciária e a Polícia Nacional de Espanha saíram perante os jornalistas, em Madrid, a anunciarem esta captura final. A cooperação entre as duas polícias costuma ser frequente. “Somos conscientes de que não há fronteiras para o crime e também não deve haver fronteiras entre a cooperação policial”, disse o responsável pela polícia portuguesa. Luís Neves afirmou ainda o “muito orgulho” na relação “de décadas, sustentada na profunda confiança e na total disponibilidade” entre os corpos de polícias, que por vezes trabalham como se fossem “um só corpo”.
A captura do fugitivo britânico e o argentino, considerado os mais perigosos, aconteceu em Alicante. Estes cinco fugitivos, que foram notícia tanto dentro como fora de Portugal, dois são portugueses, um georgiano, outro britânico e o último argentino. Este esteve envolvido no rapto e morte do filho do antigo ministro da Saúde da Argentina, em 2003.
Do grupo de cinco fugitivos, que usaram um escadote para escapar dos muros daquela prisão, um foi apanhado numa pequena aldeia de Portugal, outro em Marrocos e um terceiro em Itália. Todos os fugitivos estão a aguardar extradição para Portugal para terminarem as suas penas mas a segurança das cadeias será aumentada com, entre outros, inibidores de telemóveis (estes foram usados para planear a fuga de Vale de Judeus). O caso do português detido em Marrocos já levou a assinatura de um acordo na área da Justiça, tendo por base o futuro Mundial de 2030 (este acordo deverá englobar também Espanha).
