Um conjunto de vozes de Cabo Verde vai juntar-se à Orquestra Metropolitana de Lisboa para festejar o centenário de Amilcar Cabral. Este é um dos nomes que mudou o futuro não só de Portugal como dos países africanos tendo fundado o PAIGC. Amilcar Cabral, nascido na Guiné portuguesa mas de ascendência de Cabo verde, foi um político, agrónomo e teórico marxista que têm a sua Alma Mater na Universidade Técnica de Lisboa (atual Universidade de Lisboa).
Cabral, o homem dos mil sonhos, faz 100 anos do seu nascimento mas ainda falta ter um mundo onde a cor da pele é o que menos interessa. No ano em que se comemora os cinquenta anos do 25 de Abril, a festa da liberdade continua com um dos seus maiores nomes, Amilcar Cabral. Um nome que, para muitos, ainda vive e o seu legado é a independência das várias nações africanas (como é o caso da Guiné-Bissau que viu as suas eleições adiadas). A figura de Amilcar Cabral é pouco conhecida dos mais jovens, que não viveram a guerra colonial, mas até já há um boneco dedicado a Cabral para mostrar esta figura às crianças.
Amilcar Cabral é visto como o pai da independência de Cabo verde e da Guiné-Bissau. Para além do impacto que teve na política, Cabral também teve um importante papel na cultura. Lura, Cremilda Medina, IIolanda Pereira e Tito Paris vão subir ao palco do Teatro São Luiz, em Lisboa, no próximo dia 6 de Novembro, quarta-feira. O charme das ilhas vai ser espalhado por Lisboa.
A música clássica (a orquestra de Lisboa esteve pela primeira vez em Cabo verde na década de 2000), os batuques e o funaná vão unir-se para cantarem em português e em crioulo a vida e obra de Cabral. Um dos temas que será interpretado é «Cabral Ka Morri» (Cabral não morreu, em crioulo, que atualmente é uma língua muito falada em Portugal).
O espetáculo «Cabo Verde — Centenário de Amílcar Cabral» é uma das várias iniciativas, que vão desde passeatas até a exposições, que faz parte das comemorações do centenário do nascimento de Amilcar Cabral em Portugal.