A cidade de Lisboa de Lisboa está a receber, no Museu Nacional de Teatro e Dança, a mais importante exposição, até agora, sobre a figura de Gil Vicente. O autor terá nascido em Guimarães e foi o «fundador» do teatro em português. Responsável por farsas ou comédias, era sempre profundamente mordaz na crítica que apresentava a sociedade. O autor é visto como fundamental para descrever a história do teatro não só em território luso mas a nível ibérico.
Nesta exposição, que pretende explicar o início do teatro em território ibérico, existem mais de 450 peças. Desde livros, a trajes e maquetes de cenários feitos em 3D. Estes objetos, vindos de várias companhias de teatro dos dois países, levam-nos numa viagem que começa no século XVI e termina nos dias de hoje. São 150 anos de história do espectáculo. As peças apresentadas ocupam dois pisos do Museu e foram cedidas por companhias e museus, como é o caso da Companhia Nacional de Teatro Clássico (de Espanha) ou o Teatro Experimental de Cascais.
Gil Vicente foi um nome que ajudou a refundar o teatro ocidental. Nas diferentes peças que escreveu encontramos, claramente, uma base humanista que continua a ser preservada. Gil Vicente é o dramaturgo que mais vezes foi representado em Portugal, desde o teatro habitual até às revistas a portuguesa. A exposição que está patente no Museu Nacional do Teatro e da Dança é bilingue e é feita em colaboração com o Museu Nacional do Teatro de Almagro. O museu português considera Gil Vicente como a «figura mais importante da dramaturgia peninsular do seu tempo». A escritura de Gil Vicente, marcadamente medieval, teve um impulso decisivo no início do século XVI. Nestes anos existiam outros dois dramaturgos ibéricos de renome, os espanhóis Juan del Encina e Torres Naharro.
A mostra sobre Gil Vicente e a influência que este teve no teatro em Portugal e Espanha vai ficar patente até 28 de Abril de 2024.