Com 1700 infectados e 25 mortos, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, prolongou pela sexta vez consecutiva o confinamento total do país. Para ajudar na luta contra a Covid-19, a União Europeia, através da sua embaixadora, a portuguesa Sónia Neto, entregou um conjunto de equipamentos médicos para os hospitais (que estavam com falta de oxigénio) e 1,3 milhões de euros que vão reverter a favor da delegação local da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde o início da pandemia no país, em Março, o estado de emergência tem sido a medida principal na luta contra a doença. Só que o confinamento obrigatório está a fazer com que o número de infectados pelo vírus HIV/sida aumente e por dia são já 6 novos casos. Os especialistas acreditam que as duas situações podem estar ligadas.
Estado de emergência leva ao aumento do número de infectados
Com as pessoas em casa e os comércios fechados, a Coordenadora do Secretariado Nacional de Luta Contra HIV/sida na Guiné-Bissau, Fatoumata Diallo, acredita que o aumento do número de infectados pelo vírus da Sida pode estar ligado a luta contra o Coronavirus devido a perda de rendimentos que leva a um aumento do número de «trabalhadores do sexo» nas ruas. Esta é uma das hipóteses que está a ser estudada para um aumento exponencial dos casos na Guiné-Bissau, um dos países com a mais alta taxa de prevalência da doença na África Ocidental, com 44 mil casos.
Dos 25 óbitos provocados pela Covid-19, uma grande parte era portador de HIV/sida, uma doença crónica que leva a que o sistema imunitário fique mais enfraquecido.