Portugal e Espanha vão lançar satélites para monitorizar as alterações climáticas

O Atlantic Constellation é um dos projetos inovadores que saiu da Cimeira Ibérica de Trujillo

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No novo Tratado de Amizade e de Cooperação, assinado pelos governos de Portugal e de Espanha em Trujillo, vem descrito o projeto Atlantic Constellation. Este será um programa de satélites de alta precisão que vão controlar e vigiar os bosques, a orla costeira e o oceano que banha a Península Ibérica. Esta constelação de satélites deverá estar ativa em finais de 2024 ou princípios de 2025. Estes 16 pequenos satélites vão trabalhar de perto com o europeu Copernicus, que tem estado a mapear a situação em La Palma ou os incêndios que decorreram este verão.

Os executivos ibéricos acreditam que esta ideia vai contribuir para um maior desenvolvimento da industria espacial. Este projeto, que vai estar intimamente ligado a luta contra as alterações climáticas, vai permitir monitorizar a biodiversidade e ter dados precisos que possam atempadamente ajudar no controlo de situações extremas. Outros países com ligações ao Atlântico, como é o caso do México ou da Nigéria, já demonstraram o seu interesse em se juntar a esta inovadora iniciativa.

A constelação, não será a única a nível europeu. Esta iniciativa é vista como um das fundamentais saídas da Cimeira Ibérica. Portugal e Espanha também vão trabalhar em conjunto na criação de veículos elétricos, nas energias renováveis e no hidrogénio verde. Estas iniciativas, que fazem parte dos Planos de Recuperação e Resiliência de ambos os países, pretendem recuperar as economias afetadas pela pandemia de Covid-19.

O Atlantic Constellation e a preocupação ambiental

Neste momento, o Atlantic Constellation está numa fase técnica. O próximo passo será a construção. Esta deverá ser financiada com os fundos do plano Next Generation EU, estes pretendem impulsionar uma maior inovação e preocupação ambiental. Poderá também haver a inclusão de fundos privados. Segundo as primeiras estimativas, para colocar operacionais estes satélites são necessários 60 milhões de euros.

Para operar a constelação existem as empresas espanholas Hispasat ou Hisdesat e a portuguesa Geosat. A gestão será compartilhada pelo Centro de Desarrollo Tecnológico e Industrial (Espanha) e pela Agência Espacial Portuguesa (Portugal).

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