O Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), do qual fazem parte organizações como a Quercus, apresentou um um manifesto, que foi lido em Cáceres, que pede o encerramento das centrais nucleares que existem do lado espanhol (a 100 quilómetros da fronteira e perto do Tejo) e alerta para os perigos existentes quando se trabalha com urânio.
O MIA, que também é contra a abertura de uma mina de urânio em Salamanca, no seu comunicado assumem que os grupos empresariais de energia mentem quando dizem que a energia nuclear é limpa e segura, algo que é desmentido por acidentes nucleares como o de Chernobyl (Ucrânia) e Fukushima (Japão). Existe uma valorização dos lucros em vez do bem-estar das pessoas e dos ecossistemas, tanto espanhóis como portugueses.
A Quercus alerta que a preocupação não é só “a central nuclear de Almaraz, a 100 quilómetros da fronteira e a poluição radioactiva que provoca no Tejo, ou a possível exploração de urânio em Retortilho, a 40 quilómetros do nosso país, ou com a ENUSA, fábrica de combustível a 50 quilómetros do Douro Internacional. Os ambientalistas portugueses estamos preocupados com o nuclear em toda a Península Ibérica e em todo o mundo”. Os ambientalistas portugueses e ibéricos pedem um futuro “100% renovável”.
O encerramento de antigas minas de urânio em Portugal e da central nuclear de Almaraz são duas das «bandeiras» do Movimento Ibérico Antinuclear. Esta central faz fronteira com os distritos de Castelo Branco e Portalegre e Vila Velha de Ródão é a primeira localidade portuguesa na linha de risco caso acontecesse algum acidente.
Projecto da mina de urânio de Retortillo chumbado
O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) chumbou o projecto que pretendia implementar em Retortillo, Salamanca, uma mina de urânio que apresentava, segundo o Movimento Ibérico Antinuclear, não só problemas a nível de segurança ambiental mas também pouca produtividade devido ao escasso produto existente. Com esta nega, a Greenpeace em Espanha acredita que estamos perante «o fim da mineração de urânio em Espanha significa o fim de uma indústria que destrói o território, a sua cultura e a sua economia».