08/04/2025

Os cinco séculos da morte de Vasco da Gama são lembrados com um programa repleto de concertos e conferências

Portugal vai lembrar a figura de Vasco da Gama, o homem que deu o "pontapé de saída" para uma troca constante entre a Europa e o Oriente

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Portugal celebra mais uma das grandes figuras da sua história, desta vez é Vasco da Gama e os 500 anos da sua morte. O programa das celebrações, que vai durar um ano, foi apresentado pela Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, no Mosteiro dos Jerónimos. Em 2025, a ministra da cultura de Portugal vai se deslocar a Índia como motivo destas comemorações.

É neste edifício que descansam os restos mortais do navegador que descobriu o caminho marítimo para a Índia e desta forma começou uma relação mais regular entre a Europa e o Oriente. Vasco da Gama capitaneou três viagens ao Índico e à Índia, em 1497, 1504 e em 1524, tendo morrido como Vice-Rei da Índia. Segundo os relatos, a sua primeira viagem decorreu quando estava na casa dos trinta anos. Contornou o continente africano, passando pelo Cabo da Boa Esperança (antes chamado da Tormentas), para chegar a terra das especiarias e aos 58 anos foi nomeado vice-rei da Índia aos 58 anos. Foi homem de total confiança tanto dos monarcas D. Manuel I como de D. João III. Morreu 26 anos depois de ter concluído com sucesso a sua travessia.

As comemorações iniciam-se a 16 de dezembro, com a colocação de uma coroa de flores no túmulo de Vasco da Gama, no Mosteiro dos Jerónimos, pelo Primeiro-Ministro, Luís Montenegro. Bem perto deste túmulo temos o de Camões, que também tem uma celebração própria a decorrer. Onde terá uma nova estátua mas desta vez será feita de livros. A deposição da coroa de flores aos pés do túmulo de Vasco da Gama vai acontecer a 16 de Dezembro, data onde alegadamente terá morrido na Índia (em Cochim).

Haverá um concerto, ‘Mares’ com a direção do maestro Nuno Corte-Real e a apresentação da peça ‘Magnificat Manuelino’, que foi estreada em 2001 nos 500 anos da morte do Rei D. Manuel I. Um dos principais responsáveis pela epopeia marítima portuguesa. Haverá também um ciclo de conferências em três locais relacionados com a memória de Vasco da Gama. A 6 de janeiro, na Sociedade de Geografia de Lisboa, a 15 de flFevereiro, no Centro de Artes de Sines, terra natal de Vasco da Gama, e a 15 de março, na Biblioteca Doutor Palma Caetano, na Vidigueira. Em Sines, acredita-se que Vasco da Gama tenha nascido no castelo local pois o pai era o alcaide. Já em Lisboa, onde viveu já em idade adulta, residia no que hoje conhecemos como o bairro de Alfama.

Segundo a ministra, o programa vai ter uma vertente de celebração mas também do conhecimento da figura histórica do navegador. Que também dá o seu nome a instituições desportivas ou a infraestruturas. Trinta investigadores vão participar num projeto editorial, que vai ter a chancela da Biblioteca Nacional de Portugal, que vai focar-se nos aspetos políticos, sociais, religiosos e culturais que vivíamos no período de Vasco da Gama. A obra será editada já a partir do próximo ano.

Está na hora de desmistificar o homem que mudou a história. Figura que para além de ser «imortal» é «universal» e o «herói do português» também é lembrado no outro lado do Atlântico. Na costa do Quénia foram encontrados restos de um naufrágio que se acreditam ser da última viagem da carreira que Vasco da Gama fazia de Lisboa até às terras do Oriente.