A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia e o Parlamento Europeu chegaram ao acordo político que legisla o ambicionado objectivo da neutralidade carbónica em território europeu em 2050, antes desta data, em 2030, os gases de efeito de estufa deverão ter sofrido uma diminuição em 55% dos números registados em 1990. Esta lei irá regular todo o trabalho climatérico na União Europeia nos próximos 30 e vai fazer com que o «velho continente» se apresente como verde e um dos líderes no combate às alterações climáticas.
«Hoje sentimos orgulho por termos lançado os alicerces de um objectivo climático ambicioso e capaz de congregar o apoio de todos. Com este acordo, enviamos uma mensagem forte ao mundo», disse o ministro do ambiente português, João Pedro Matos Fernandes. O governante apelida este acordo como «histórico e um exemplo para o mundo». Portugal é o primeiro país do mundo a comprometer-se com a neutralidade carbónica até 2050. As emissões negativas, objectivo europeu, conseguem remover da atmosfera uma quantidade maior de dióxido de carbono do que aquela que é emitida.
A presidência portuguesa neste pacote climático reforçou a necessidade de reduzir as emissões de CO2 para um limite de 225 megatoneladas. Também é referida a necessidade de se criar um Conselho Científico Consultivo Europeu para as Alterações Climáticas que fornecerá aconselhamento científico para as medidas a tomar para alcançar as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris.
António Guterres alerta para «abismo climático»
No relatório «Estado do Clima Global» está descrito que os eventos climáticos extremos aumentaram; a temperatura média global de 2020 está 1,2 graus Celsius acima do período pré-industrial ou o nível das águas do mar subiu, o que faz com que as inundações (como aquela que aconteceu em Luanda) sejam cada vez mais frequentes. Este cenário negro fez com que o secretário-geral da ONU, António Guterres, alerta-se para o «abismo climático» irreversível para qual o mundo caminha. Para Guterres este deve ser o ano da acção e as Nações Unidas esperam que as diferentes economias reforçam o seu compromisso com o ambiente.