Con el patrocinio de:

Rui Nabeiro: A partida do empresário com consciência social

O Comendador iniciou um dos maiores grupos portugueses passando café pela fronteira

Comparte el artículo:

Rui Nabeiro, o fundador do grupo Delta Cafés (uma das mais internacionais empresas portuguesas), morreu na cidade de Lisboa aos 91 anos. A sua partida tem sido recordada por várias figuras que lembraram o “cidadão exemplar”, “homem bom” ou “um exemplo de cidadania, humildade e responsabilidade social”. Rui Nabeiro completaria 92 anos no fim deste mês de março.

O grupo Nabeiro fatura atualmente mais de 400 milhões de euros e a marca Delta está em mais de 40 países. A figura do fundador da Delta Cafés é distinguida não só em Portugal como também fora do país. Rui Nabeiro chegou a participar nas conversas (especialmente em período pandémico) que os portugueses em Espanha fizeram. Um trabalho que começou há 62 anos e que não se baseia apenas no lucro, mas também em devolver a sociedade um pouco daquilo que ela lhe deu. Isso foi feito através de doações não só na sua Campo Maior natal mas também um pouco por todo o país.

O legado do empresário, considerado um dos melhores que Portugal viu nas últimas décadas, foi passado não só aos seus familiares mais diretos, mas também a todo o país. Tanto Elvas como Campo Maior decretaram luto devido a esta morte. Para além de ter sido um importante empresário do setor do café (mas também tinha investimentos em vinhos) chegou a ser um autarca ligado ao PS.

O ministro da economia, António Costa e Silva, também lembrou o empresário e pediu que existissem mais pessoas como Nabeiro para ajudar a alavancar o país nos diversos sentidos. Deixando de lado o fatalismo tão tipicamente português e fadista para reescrever um novo futuro. O presidente da Assembleia da República lembrou-o como um dos maiores e melhores empresários portugueses de sempre. Uma forma de liderar que precisa de ser replicada.

O grupo Delta Q tem inúmeras iniciativas e uma delas ajuda start-ups que estão a começar no mundo dos negócios. Marcelo pede que a preocupação social e participação cívica que o empresário alentejano apresentava “devem ser um exemplo” para as gerações futuras. Já que não existe desenvolvimento sem uma criação e distribuição justa de riqueza. Foi um dos pioneiros da responsabilidade social das empresas.

O Comendador, que morreu de doença respiratória, nasceu na vila alentejana de Campo Maior e começou a trabalhar com apenas 12 anos no armazém de torra de café de um dos seus tios. O empresário, com apenas o 4º ano de escolaridade mas com uma cátedra com o seu nome, foi um dos inúmeros raianos que durante a Guerra Civil espanhola atravessou a fronteira num contrabando não só de bens mas também de laços.

Nabeiro passava, numa simples carrinha, pelos terrenos baldios com café. Um caminho percorrido por milhares de pessoas que nesses anos tentavam ganhar a vida. No caso do empresário foi uma das formas que teve para criar um império mundial que manteve a sua sede no coração do Alentejo. Rui Nabeiro, que numa entrega de prémios disse que ia trabalhar até ao fim da vida tanto para si como para a comunidade, teve um percurso inspirador marcado pela força e vontade em tornar os sonhos numa realidade.

Noticias Relacionadas

Cuba: el ocaso del quijotismo mágico

Para Hugo Chávez, Fidel Castro era un “Don Quijote de La Habana”. Parece indudable que el caballero andante cubano tenía unos trazos hispánicos y quijotescos