A fé volta a juntar os milhares de raianos num conjunto de romarias

Ciclo de romarias das Sete Irmãs une peregrinos de Portugal e de Espanha

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Depois de dois anos em que as atividades religiosas estiveram canceladas ou fortemente condicionadas, o ciclo de romarias transfronteiriças começa já no último domingo do mês de Abril. A romaria da Luz fica numa ermida na linha de fronteira entre Moveros e Constantim. Milhares de romeiros vão rezar a Virgem protetora que numa noite de tempestade apareceu perante um desorientado apaixonado que voltava de ver a sua dama portuguesa. A 24 de Abril, depois de a imagem chegar a Ermida, inicia-se a maior feira internacional da Raia.

Esta imagem faz parte das Sete Irmãs que são adoradas por portugueses e espanhóis. As outras são: Ribeirinha (Quintanilha), Nasso (Póvoa), Saúde (Alcañices), Virgem de arboles (Carbajales de Alba), Encarnação (Villalcampo) e da Soledad (Trabazos). Esta última é a que mais visitantes e fica perto do Caminho de Santiago português. Na zona oeste de Zamora as romarias voltam para a alegria de locais e de portugueses. As celebrações terminam em meados do mês de Setembro com a Santa da Encarnação em Valverde de Villalcampo.

A cultura e a fé que unem a Raya

O antropólogo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Pedro Javier Cruz, defende a criação de uma rota religiosa que dê destaque às romarias hispano-lusas que acontecem nos dois lados da fronteira. Esta proposta envolveria as zonas de Salamanca, Zamora e do Centro de Portugal. Para tal seria criado um itinerário cultural e religioso que serviria como motor para a zona raiana.

É nas pequenas aldeias que os vizinhos, independentemente das línguas que falam, rezam fervorosamente a mesma imagem. A romaria da Petisqueira, que se realiza na localidade de Villarino de Manzana, reune centenas de devotos de Zamora e de Trás-os-Montes. Centenas de devotos veneram desta forma a Virgem de Fátima, que uma vez por ano dá a sua benção a localidade afetadas pela despopulação. Esta romaria é promovida há quase meio século.

O mesmo acontece com a Virgem da Ribeira que tem a sua missa feita na fronteira natural que é marcada pela ribeira do rio Manzanas (com 30 quilómetros) ou no Santuário da Penha de França. A meia-noite, as duas comitivas encontram-se sobre o rio fronteiriço onde trocam bastões, pendões e as cruzes se cumprimentam em sinal de boas-vindas. Também existe um mercado internacional com vencedores de ambos os lados da fronteira.

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